na imensidão destes verdes campos de minha terra, um ocaso impõe-se no horizonte distante...
teve-se um dia quente, sufocante, envolvente, como duas almas extasiadas que se amam....
o ocaso despede-se gracioso, sublime, majestoso com tua harmonia etérea...
deixando uma brisa morna que chega as profundezas de minh'alma erma como se fosse teus beijos quentes, envolventes, enigmáticos....
deito-me na relva, as primeiras estrelas começam a cintilar timidamente como te vi pela primeira vez....
teus brilhos aumentam aos poucos, um véu negro envolve a abóbada como um abraço paralisante, intrigante, estimulante, envolvente... como na primeira vez que te abracei há tanto, tanto, tanto tempo...
a brisa suave, delicada, graciosa da noite envolve-me até as profundezas de minh'alma como um bálsamo que liberta-me do turbilhão que parece não ter fim.... sem você.... este turbilhão que me agoniza, me entristece, me sufoca, me enlouquece... sem você...
absorto em pensamentos um espetáculo inicia-se no imenso véu, indiferente ao meu drama, ao meu sofrimento, a minha agonia... sem você...
um plenilúnio surge lentamente no véu infinito salpicado de estrelas ternas, serenas, graciosas, além do infinito..
agigantando-se cada vez mais como se estivesse dando me forças para reerguer-me, como se tu estivesse ao meu lado...
como se fosse teu olhar paralisante, envolvente, intrigante, estimulante, provocante...
ahhhh este plenilúnio, misterioso, majestoso, sedutor, tentador, provocador, enlouquecedor...
contemplo-o como te contemplei tantas vezes, como se estivesse ao meu lado a desvendar todos os teus mistérios, teus desejos...
a noite avança, este plenilúnio seduz-me, como tu seduzistes-me, intensifica-se meu êxtase pela brisa noturna, suave, terna, delicada como tu, na qual lembro-me de nossas noites intermináveis tantas vezes abençoadas por este plenilúnio a despertar a nostalgia de nosso amor que ecoa além das estrelas, além do infinito...
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