O Silêncio (The Silence)

ahhhh este silêncio....

desafiador, aterrador, sufocador, estarrecedor, enlouquecedor...

silêncio, somente silêncio, nada mais...

tudo vazio, tudo sem sentido, tudo sem compreensão, a indignação, a imperfeição, deveras caminhais em conjunção... 

neste silêncio... ah este silêncio...

o silêncio....

das manhãs vazias, os mensageiros alados tentam ditar o ritmo, o vento remexe as rosas de meu jardim que outrora fora florido, restaram apenas duas rosas como se fossem duas almas ermas e melancólicas, de tão melancólicas, o orvalho da madrugada desapareceu repentinamente, misteriosamente....

silêncio, ahhh este silêncio...

o tempo vai passando, nada de além deste silêncio....

a tarde se vai lentamente, o ocaso desfilando nos confins do horizonte longínquo envia-me através da brisa morna e caliente  sopros para aquecer este coração que chora de uma saudade ensandecida, contrita, doída, quisera eu , pudesse estar com você....

mas, tem-se somente o silêncio....

aquele silêncio sepulcral com véus tangendo o infinito...

anunciando o anoitecer, as estrelas cintilam, graciosas, harmoniosas, majestosas, mas, silenciosas

assim como este silêncio que envolve-me cada vez mais...

como grilhões que acorrentam minha alma que padece lentamente de saudades...

o plenilúnio começa a desfilar diante do véu infinito... majestoso e silencioso...

tudo silencioso...

ahhhh este silêncio...

somente eu, na solidão, a noite avança, o tic tac do relógio do quarto, confunde-se com as batidas de meu coração amargurado, contrito e que chora de uma saudade sem fim...

o quarto ermo, frio, silencioso....

somente o silêncio, nada mais, nada menos.... silêncio....

eu penso em ti, a cada momento, a cada hora, a cada minuto, a cada segundo..... 

silencioso assim estou, pensando em você, agora distante que já até me esqueceu....

creio que não... estás distante, a brisa da madrugada sopra, suave, delicada, perfumada com o orvalho das rosas que restaram em meio a este silêncio...

chegar aos confins de minha alma nos grilhões da saudade que insiste em

 ficar em meio a este silêncio...

o orvalho perfumado em meio a este silêncio me faz de lembrar-me de ti, dos teus beijos adocicados como o favo do mel, dos teus abraços aconchegantes são o bálsamo para libertar-me dos grilhões da amargura da saudade, do silêncio e da falta de você.... 

só falta você amor, ainda penso em ti, mas, impera o silêncio diante da aurora que desponta....

indiferente ao meu drama, a minha agonia, ao meu sofrimento....

o recomeço... e o silêncio o companheiro desta jornada ... insiste em ficar, insiste atormentar-me, insiste sufocar-me  e manter-me aprisionado nos grilhões da amargura e da saudade ....

não bastasse, resta-me somente o silêncio....

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